sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Acontece



Acontece, dizem uns, outros dizem é a vida, e cada pessoa à sua maneira, resigna-se aos imprevistos.
O certo é que vai acontecendo... coisas muito boas!!!, boas!!!, menos boas... e más.


Cumprimentamos, desejamos saúde, muita saúde, saudamos num ritual quotidiano que nem nos apercebemos da importância de tê-la.

Somos compassivos e impotentes perante a doença e até é difícil conseguir disfarçá-la.
Falta o ânimo a força, a ausência do sorriso e das gargalhadas, é porque quando estamos doentes é muito difícil pensar em coisas engraçadas.

Simplesmente queremos é estar bem.
Sentimos que os passos deixam de ser firmes, e os pensamentos vacilam entre o optimismo e receio do menos bom.
Não é por egoísmo, é já sentir saudade de estar bem.

Apesar do cinzento e das banalidades, vou viajando incólume para lugares só meus. Os sítios dos meus sonhos.
Refugiu-me na poesia, e passo a transcrever:

- Mar Novo 1958

Este é o tempo
Este é o tempo
Da selva mais obscura
Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura
Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura
Este é o tempo em que os homens renunciam.



Sophia de Mello Breyner

domingo, 10 de janeiro de 2010

Agarrar a felicidade

Quando eu quero medir a felicidade, ela parece fugir,
é por ser tão grande!
Quando eu penso que vou ser feliz, ela esconde-se na minha sombra, e não consigo apanhá-la.
Quando estou feliz,
ela transborda, e eu partilho com quem mais gosto.
Quando eu quero retê-la por mais tempo,ela voa, e acena-me lá do alto, rindo e goza de mim.
Quando eu vou desistir
ela provoca-me e chamando, diz-me:
- Vem, eu estou aqui.
E, eu vou...
É este o caminho que eu vou percorrendo.
Agarrando e sentindo intensamente a vida.
Recomeçando sempre, mas a sentir que só estou continuando...

Funchal

Funchal